sexta-feira, 13 de setembro de 2013

23º e 24º DIA 12/13 SET – FILOSOFANDO NO CAMINHO DE VOLTA

DIÁRIO DE VIAGEM
           
            Conforme previsto, acordamos as 4:30, fechamos as malas e partimos. No aeroporto, entregamos o carro de forma bem descomplicada e rápida e pegamos o shuttle bus para o terminal.
            O aeroporto de Seattle é enorme, amplo, bem organizado. O voo saiu certinho no horário para uma viagem de 4:15 hs até Atlanta de onde pegamos o voo para BSB as 21:00 h, chegando às 6:30 hs, aí já incluindo as variações de fuso – 4 até Atlanta e mais 1 para o Brasil.
            Com tanto tempo a bordo e no aeroporto, só nos resta pensar na vida. A gente acaba comparando tudo o que vê por aqui com o que temos no Brasil e daí, haja ideias...
            O Alasca é o estado mais a oeste e mais a norte do EUA, um local bem pouco povoado – cerca de 600.000 habitantes em todo o estado, que é o maior dos EUA, mas que tem muitas áreas despovoadas. Contudo, é um ponto de atração turística de todo o mundo... O estado de Washington fica no topo noroeste do mapa, como a nossa Roraima, e não se deveria esperar muita coisa de lá.... No entanto, é um local de grandes inovações – a casa da Boeing, da Microsoft, da Starbucks, da Nordstrom... e logo um estado rico.  Onde há possibilidade de turismo eles montam logo uma estrutura para entretenimento e onde as pessoas de todas as idades e capacidades podem conhecer o local, passear, descansar e gastar dinheiro... Há boas estradas, hotéis, restaurantes etc permitindo o desenvolvimento turístico. Em vários locais há Parques Nacionais, uma reserva de mata nativa, com a fauna e a flora locais, que podem ser visitados com facilidade e conforto, porém com regras definidas para não agredir o meio ambiente e respeitar a natureza. Mesmo dentro dos parques, há boas estradas e acesso às principais atrações como lagos, cachoeiras, etc... sendo possível até que idosos e deficientes frequentem esses lugares. Em locais determinados, há banheiros limpos, às vezes químicos, há áreas de piquenique, há centros de informações com mapas e descrições detalhadas de trilhas, enfim, tudo aquilo que facilita o aproveitamento do local por todos que quiserem ir lá. Já tínhamos observado isso na ida às Rochosas Canadenses.
            Fico logo pensando, por que no Brasil não é assim? Quando há um local turisticamente interessante, a primeira ideia é dificultar o acesso, pois assim os turistas não vão lá destruir o local!!! Não se planeja o desenvolvimento daquele local e as pessoas que vão chegando lá vão ocupando de qualquer jeito e, quando se vê, já está tudo errado! Para se conhecer locais como Chapada dos Veadeiros, Chapada Diamantina etc... só que tem espírito aventureiro e boas condições físicas, pois o acesso é complicado, não há trilhas fáceis, acessíveis aos mais velhos ou menos condicionados, nem tampouco infraestrutura hoteleira e de restaurantes. Bonito - MS já está mais organizado, mas mesmo assim, não é para todos. Alguns locais, como Jericoacoara, só quem tem carro 4x4!!! A área de Visconde de Mauá, no RJ, tem um enorme potencial muito mal aproveitado. E por ai vai... Não é a toa que não temos aqui tantos turistas estrangeiros, e olha que atrações nós temos de sobra – Amazônia, Pantanal, Catarata do Iguaçu (muito maior que Niágara), Cânions do Itaimbezinho e Fortaleza, entre outras. E sem contar que nossos parques nacionais deixam muito a desejar, não dispondo de limpeza e higiene, pouca gente e despreparada, além de não possuir material instrutivo para o turista nem mapas...
            Outra coisa que me impressiona é o respeito ao usuário. Em todas as grandes lojas que fomos como Target, Sports Authority, etc... se você quiser ir ao banheiro, ele está logo ali ao lado da entrada, é grande, limpo, com papel, sabão, água quente, etc... lembrei logo dos banheiros do Extra, Carrefour etc... que são lá no fundo da loja, mal cuidados, muitas vezes sujos, às vezes você tem que pedir a chave para entrar... Até no Mercado Público de Seattle, no meio de uma multidão de gente, lojas, barracas de peixe, frutas etc. foi possível achar um banheiro descente, limpo, arrumado, e no Cinemark-Pier, nosso cinema “top”, hiper-frequentado, caro, os banheiros fazem vergonha – apertados, sujos, latas de lixo transbordando, sem papel etc...
            No entanto, nos EUA, não se observa uma preocupação com estrangeiros. Embora as pessoas lhe atendam bem, eles não facilitam muito a sua vida. Não se fala ou escreve avisos em outras línguas na maioria dos lugares. Eles agem como se todas as pessoas conhecessem os hábitos e costumes deles e, logo, não precisa de muita explicação. Nos tours que fizemos ou nos eventos do navio, mesmo sabendo que havia estrangeiros (o navio se orgulhava de ter pessoas de 48 países a bordo, entre passageiros e tripulantes), não havia a preocupação de se falar mais devagar, de forma mais compreensível.
            Observamos também que os americanos adoram viajar para os locais onde se sintam em casa – daí adorarem os cruzeiros – é como a própria casa flutuante. Pelos papos que ouvimos, a maioria das pessoas no navio já tinham feito inúmeros cruzeiros, inclusive aquele mesmo. E também porque adoram ir para o México ou Punta Cana, onde as grandes redes de hotéis americanos têm enormes resorts onde eles se sentem em casa.
            Por outro lado, notamos que eles demonstram algum conhecimento ou interesse em relação ao Brasil. Quando nos perguntavam de onde éramos e dizíamos Brasil, havia primeiro uma admiração por estarmos tão longe – pelo menos sabiam onde era! – e depois falavam a respeito – sabiam da Copa, das Olimpíadas (até que o povo não estava gostando dos gastos)...
            O aeroporto de Atlanta é enorme, o maior aeroporto em volume de tráfego. São 7 terminais e um numero interminável de “gates”. O movimento é enorme – gente para todo lado! Os corredores são largos, as salas de embarque têm cadeiras confortáveis e várias torres com energia para carregar equipamentos. No meio, uma praça de alimentação com vários restaurantes. Nos corredores, entre as salas de embarque, várias lojinhas.
            Olhando assim os aeroportos pelos quais passamos também fico tentada a fazer comparações. Não no tamanho, pois Atlanta é um dos maiores do mundo. Mas no layout, no design, do aeroporto.  Tanto no EUA quanto na Europa, a área externa do embarque, onde é feito o check-in, tem apenas os guichês das companhias e similares de atendimento, e alguns serviços. As pessoas logo passam para a área interna e ai sim, há lojas, restaurantes, boas cadeiras etc para que as pessoas esperando seus voos o façam com conforto e tenham o que fazer. Penso que os arquitetos e engenheiros que projetam nossos aeroportos nunca viajaram, se o fizeram nunca levaram malas nem tampouco crianças. Nossos ambientes são apertados, as cadeiras desconfortáveis. Banheiros então, nem se fala... geralmente pequenos, com poucos sanitários e um insuportável corredor de acesso – passar por ele com malas é impraticável, e pior, o que fazer com as malas, pois não entram com você na cabine do sanitário...
            Pois é, viajar é muito bom – ampliamos nossos conhecimentos, vemos as coisas belas do mundo, aprendemos novos costumes, mas também ficamos tristes por ver como ainda temos que melhorar em infraestrutura e na educação das pessoas. Não adianta dizer que somos a 8˚ economia do mundo, se nossos serviços e nossa infraestrutura é terceiro-mundista!
            Nosso voo saiu no horário – agora é assistir um filminho e dormir para chegar logo.
            Na chegada, como sempre, fomos para um local apertadíssimo para pegar as malas, onde todos se esbarram e ocorre um verdadeiro engarrafamento de carrinhos de malas. Após a Polícia e a Receita Federal... fantástico. Formamos aquela fila monstruosa para sermos atendidos por um único funcionário, aliás ele é o mesmo que fala contigo, pergunta quanto tempo você esteve fora, chega as malas escolhidas e ainda se posiciona atrás da máquina do raio X para verificar o conteúdo das malas, pode??? Assim fica difícil...
            Na saída do aeroporto com 4 malas grandes (2 por pessoa dentro do peso) não conseguíamos achar um táxi que pudesse nos levar para casa, haja vista que todos os automóveis eram de pequeno porte. Aí voltamos as comparações: quando chegamos em Vancouver após o cruzeiro a fila do táxi era separada em duas, uma para aqueles que possuíam poucas malas e as Van para aqueles, como nós, com muitas malas. Será que é tão difícil fazer isso por aqui também?
            Bom pessoal, como já falamos, ontem fomos até a Patagônia, extremo sul das Américas, hoje fomos até o Alasca, extremo norte do continente. Duas experiências bem diferentes que engrandeceram sobremaneira as nossas vidas.
            Até a próxima viagem e próximo blog.



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

22º DIA 11 SET – PARQUE NACIONAL DO MT. RAINIER

DIÁRIO DE VIAGEM

            Nosso dia hoje estava meio sem programa já que tínhamos visto as principais atrações que nos interessavam. Mas ainda restava um ponto de interesse que havíamos descartado, por achar que não daria tempo, mas resolvemos ir até lá – o Parque Nacional do Mt. Rainier – o que foi uma excelente ideia.
            O tempo estava ótimo – sol e céu azul, incomum para Seattle onde sempre chove!!! Era a dica que faltava – não podíamos desperdiçar esse lindo dia.
            Após fazer as últimas comprinhas – uma bolsa para poder levar as demais compras que não cabiam na nossa mala, iniciamos o deslocamento.







            O Mt. Rainier é a mais alta montanha-vulcão da Cascade Range (cadeia de montanhas), que fica a sudeste de Seattle, a cerca de 95 milhas. Em torno da cadeia de montanhas há um parque nacional com vários pontos de acesso para as atrações do parque – os picos, rios, trilhas etc... Rumamos para o acesso nordeste de onde se chega ao Sunrise Point por meio da Sunrise Drive até o ponto mais alto acessível de carro – 6400 pés (1.920 metros), de onde se tem uma excelente vista do monte e dos demais picos. 













               Nesse ponto há um Centro para visitantes, banheiros e um pequeno hotel. Dali é possível partir para diversas trilhas e também escalar o pico. Havia muita gente caminhando. Como já é final da temporada de verão, o restaurante estava fechado para refeições, atendendo parcialmente para lanches. A vista de lá é linda, sendo possível descortinar toda a cadeia de montanhas e a floresta abaixo. Todo provavelmente percurso de ida levou cerca de 2 horas. Ficamos por lá uma meia hora fazendo um lanche e apreciando a vista e voltamos.










            No percurso de ida e volta, passamos por áreas bem rurais e por pequenas cidades do interior. No caminho há uma reserva indígena de Muckleshoot, que tem cassinos, escolas tribais, centro administrativo etc. Os índios aqui são bem evoluídos e espertos!!! Como este estado aqui é o mais noroeste do mapa, seria o equivalente a nossa Roraima, só que muuuuiiiito mais desenvolvido. E os índios Muckleshoot seriam uma variação dos nossos Macuxis, como diria nosso amigo, ex-comandante da BABV, Cel. Waldir.











            De volta ao hotel iniciamos a “batalha” para acomodar todos os pertences nas malas e bolsas – deu tudo certinho.
            A noite fomos jantar no Olive Garden em Kirkwood – um pouco distante de Seattle (11 milhas) mas o restaurante é prático, barato e bom. Ousamos em um prato novo – Tour di Mare para mim, um prato com 3 tipos de comida a base de massass, camarão e carangueijo, e Lobster Ravioli para o Beto. Tudo muito gostoso.
           
            Amanhã acordaremos cedinho – o voo é as 9:00 h mas temos que abastecer e entregar o carro alugado, fazer check in internacional, etc... então, alvorada as 4:30 para começar a longa jornada de volta.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

21º DIA 10 SET – PASSEANDO EM SEATTLE

DIÁRIO DE VIAGEM

            Hoje acordamos um pouco mais tarde – depois de toda a maratona “comprística” de ontem mais o deslocamento para cá estávamos cansados. Decidimos fazer um city tour à tarde e pela manha fazer uma programação nossa.
            Andamos até o Space Needle, que fica a uns 10 min de caminhada do nosso hotel e fomos ver Seattle do topo. A torre tem 160 metros de altura e foi construída em 1962 para a Feira Mundial. De lá se tem uma vista de 360˚ da cidade. Assim do alto a cidade é muito bonita – bem arborizada, ruas organizadas, água em redor e montanhas. Ao longe se vê o Mt Rainier, uma montanha de cerca de 4.500 metros, e que tem picos nevados e glaciais. À frente, o Puget Sound, um braço de mar que vem terra adentro, com várias ilhas. Ali tem o Cais Turístico, onde os grandes navios aportam, uma marina com centenas de barcos a vela, e do outro lado o Cais de carga. Do outro lado, o Lago Washington, a partir do qual há um canal construído pelo homem ligando-o ao mar.
 


 



















           










           Nesse canal há uma eclusa para permitir a passagem de barcos, bem como uma “escada” para os salmões subirem e alcançarem o rio e desovar. 






           










          Ao descermos da torre, andamos pela área em torno, conhecida como Seattle Center, onde há alguns museus, teatros, arena de shows etc.












           À tarde fizemos um City Tour de 2 horas em um micro-ônibus. O motorista do ônibus, que também era o guia, é um professor aposentado e vai falando o tempo todo, contando coisas sobre a cidade e fazendo piada com o povo daqui. Seattle tem 640.000 habitantes na área metropolitana e cerca de 3.500.000 na grande Seattle. Aqui é a “casa” da Boeing, da Microsoft, da Amazon, da Starbucks, entre outras. Rodamos pelos morros da cidade, onde segundo foi explicado, as pessoas se agrupam de acordo com suas características “tribais”. Por exemplo, em Freemont, são os hippies, em Queen Anne, são os yuppies, logo um bairro mais bonito, e depois em Magnólia, os muito ricos. Fomos até a eclusa onde assistimos à passagem de dois barcos. E depois passamos pelo centro.












 
 



            Descemos do ônibus e fomos ao Public Market, um mercado central onde se vende tudo – artesanatos, roupas, comida, hortifrúti, frutos do mar etc... numa miríade de lojas em uns seis andares. Almoçamos a famosa “chowder” local no “Pike Place Chowder”. Chowder é uma sopa cremosa – a nossa era de salmão defumado - deliciosa.







            Depois caminhamos pelo centro, fomos até Pioneer's Square e foi a maior bola fora, pois não tem nada lá, e por fim pegamos o Monorail, um trenzinho suspenso que vem da área de comércio até o Centro de Seattle, que é onde fica a Space Needle.






            O jantar foi no McCormick’s & Schimick, em West Lake.